No último sábado (10), o ditador norte-coreano, Kim Jong-un comemorou o 75 º aniversário do Partido dos Trabalhadores, no poder no país, em um desfile militar.
Mas enquanto o tempo era de comemoração, o líder da Coreia do Norte, se deixou dominar pela emoção e pelas lágrimas durante um discurso, traduzido pelo The Korea Times e citado pelo tabloide britânico The Daily Mail nesta segunda-feira (12).
Em um momento raro de humildade e com a voz trêmula, ele falou de suas “lágrimas de gratidão” ao seu povo.
“Nosso povo depositou sua confiança em mim, tão alto quanto o céu e tão profundo quanto o mar, mas nem sempre estou à altura. Lamento muito por isso “, disse ele.
“Embora me seja confiada a importante responsabilidade de liderar este país (…) os meus esforços e a minha sinceridade não têm sido suficientes para livrar o nosso povo das dificuldades da sua vida”, declarou o ditador que não costuma gostar de ser contrariado.
Ele também agradeceu calorosamente ao povo e aos militares por sua lealdade, mas também lhes desejou boa saúde no contexto da pandemia, argumentando que não houve um único caso em seu país.
O regime recluso de Kim, foi marcado por medidas drásticas para a proteção contra o coronavírus, fechando as fronteiras em janeiro, decisão que provavelmente agravou o impacto na população das sanções internacionais, que decidiram obrigar o Norte a abandonar os seus programas militares proibidos.
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Kim Jong-un fez um ato emocionante supostamente calculado
O líder se deixou surpreender por suas emoções? Especialistas políticos acham que não. Transmitido com atraso, o discurso havia sido objeto de uma edição inteligente, os diretores optando em particular por mostrar ao público logo após Kim ter elogiado os esforços dos voluntários mobilizados durante os desastres naturais.
E quando a imagem voltou para o líder, ele foi visto deixando cair um lenço e colocando os óculos de volta, como se tivesse acabado de enxugar os olhos.
Foi a segunda vez em poucas semanas que ele soltou um pedido de desculpas. No final de setembro, a presidência sul-coreana disse ter recebido uma carta do Norte na qual Kim Jong Un disse estar “profundamente arrependido” pelo assassinato em suas águas, de um sul-coreano.
Kim Jong-Um estaria sob pressão
Para alguns analistas como Hong Min, diretor da divisão da Coréia do Norte no Instituto Coreano de Unificação Nacional, Kim Jong-un estaria sob pressão por causa da pandemia, mas também pelas sanções internacionais e desastres naturais ocorreram sobre a Coreia do Norte.
As inundações afetaram a Coreia do Norte em particular entre 7 e 12 de agosto de 2020, mas também após a passagem do tufão Maysak, um mês depois.